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sábado, 16 de julho de 2016

A alma por trás de... WilsonP


WilsonP – Sem Filtros

   “Mais uma etapa alcançada”, pensou para si. Fez uma última revisão às respostas e decidiu entregar a prova. O curso de arquitetura, na Universidade Lusíada, estava a dar um pouco mais de trabalho do que tinha pensado, mas tinha chegado a hora de levar isto mais a sério e terminar.
   Distraído, quase perdeu o autocarro que lhe iria levar à FNAC.
“Ufa, foi por pouco.”, sentou-se na parte de trás do autocarro e suspirou. Abriu a mochila e verificou se trazia consigo o microfone e o laptop. Não se podia atrasar e ainda tinha de preparar o “show-case”.
   Ultimamente era assim... De um lado para o outro entre a Universidade, a FNAC e os clubes/bares. Arquitetura e música. Uma luta constante... Uma luta que poucos sabem o quanto custa. Só os que vivem na roda viva em busca dos seus sonhos e do que realmente os faz feliz sabe o quanto custa.
   A luta, como ele mesmo dizia, já tinha começado há muitos anos atrás. A luta começou quando um jovem multifacetado e rebelde decidiu, contra tudo e contra todos, seguir a carreira musical.
Descendente de uma família Angolana, que sempre prezou a educação superior em primeiro lugar e como a única fonte de rendimento, foi chamado de rebelde e apelidado de barulhento. Barulhento, sim, porque fazia “barulhos” com a boca. Barulhos, esses, que o tornaram no pioneiro da arte “Beatbox” em Portugal e Angola. Lembra-se bem de quando formou o grupo KGB e posteriormente uniu-se ao Sp formando o grupo Sp e Wilson. Remando contra a família, Wilson, seguiu o seu sonho, e junto com Sp, tornou-se uma referência no panorama musical de expressão de Língua Portuguesa, pisando palcos como o do Rock in Rio e Sudoeste, chegando nomeados para os prémios MTV Portugal. Makongo foi o passo seguinte, onde Sp e Wilson uniram-se a Petty, com o lançamento do álbum “Angolan Kung Fu”.
   “Sinto saudades dos meus amigos, mas sinto que agora sim estou a seguir o meu caminho”, desabafou ao sair do autocarro, na estação do Oriente.
   Um novo homem e mais maduro, WilsonP, nome que adotou quando decidiu seguir a carreira a solo, caminhava em direção à FNAC para promover o seu álbum previsto para outubro. Apostando no seu estilo irreverente, decidiu soltar-se de vez e fazer a música que o faz vibrar.
   Parado por uma fã, que o reconheceu, à porta do Centro Comercial Vasco da Gama, WilsonP sorridente tira uma foto e dá um autógrafo.
   “Wilson, ouvi dizer que vais lançar um álbum a solo em outubro”, perguntou a fã.
   “Andas bem informada. Sem Filtros, fica atenta.”
   “Sem Filtros? Porquê esse nome, Wilson?”
   “Este álbum vai ser a minha essência, o todo de mim. Como sou, como sempre quis ser. Este álbum terá vários temas originais, 16 ao todo, com vários registos mostrando a minha versatilidade. Hip Hop, Zouk, Rap, Afro House, Reggae e Kizomba. Todos os sons que fazem parte da minha identidade.”
   “Estou ansiosa, Wilson. Obrigada.”
   “WilsonP, lembra-te, agora sou WilsonP”.
   Despediu-se da fã e seguiu ainda mais confiante em direção à FNAC. Estava ansioso por pegar no microfone e colocar a malta a vibrar. Esquecer os seus medos, soltar-se e voar. Deixar a música fluir, uma alma simples, como diria, Sem Filtros.


Um texto de Adelaide Miranda



 Mais Informações:
O cantor está disponível para espetáculos, entrevistas, etc.
Conheça mais de WilsonP nas redes sociais:
Instagram: @wilsonp.oficial

Para mais informações:

1 comentário:

  1. Sem dúvida um texto fascinante de Adelaide Miranda, para nos dar a conhecer a alma encantadora de WilsonP, a quem desejo muito sucesso por nunca ter desistido de perseguir os seus sonhos, ser um cantor e beatboxer cheio de talento, pela sua simpatia, empatia e magia que irradia!!

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