A alma por Trás de... Paula Bollinger
Paula, sentou-se no sofá e aconchegou-se no seu canto favorito: o ombro do seu marido. Respirou paz e amor. Finalmente, encontrou o que tinha procurado uma vida inteira. Ali, aninhada no seu porto seguro, grudada no seu príncipe encantado, alcançou o sonho de uma vida: encontrar a alma gémea, a alma que a entendesse sem que ela precisasse falar, a alma que a protegesse sem que ela precisasse de pedir socorro, a alma que encaixasse perfeitamente nas curvas quebradas da sua.
Paula, sentou-se no sofá e aconchegou-se no seu canto favorito: o ombro do seu marido. Respirou paz e amor. Finalmente, encontrou o que tinha procurado uma vida inteira. Ali, aninhada no seu porto seguro, grudada no seu príncipe encantado, alcançou o sonho de uma vida: encontrar a alma gémea, a alma que a entendesse sem que ela precisasse falar, a alma que a protegesse sem que ela precisasse de pedir socorro, a alma que encaixasse perfeitamente nas curvas quebradas da sua.
Quase a
adormecer, despertou com o samba de roda que se dançava no seu ventre. O maior
milagre da sua vida, a pequena Isabella, talvez por sentir a paz interior, a
felicidade e o amor que emanava da sua mãe, decidiu celebrar sambando ao ritmo
do amor. Carinhosamente, Paula colocou a mão de António sobre o seu ventre e ambos
sorriram com cumplicidade.
É incrível, como
a vida corre e como o tempo passa, pensou Paula. Sonhadora e aventureira, desde
pequena, sempre soube que o segredo da vida era viver intensamente. Cidadã do
mundo, cedo aprendeu que a paz e a estabilidade encontra-se dentro do lar. Cedo
aprendeu que o lar não é feito de quatro paredes mas de amor e união. Passou
por vários países e absorveu muitas culturas. Com cada mudança aprendeu que
nunca se deve deixar nada por fazer porque depois pode ser tarde demais. Ao
crescer, viveu em vários cantos do mundo e, apenas teve uma constante na vida:
a família.
Como mulher,
sempre lutou por viver a vida intensamente. A vida não vale a pena ser vivida
se for tomada como garantida. A energia que carregamos deve ser utilizada para
seguirmos os nossos sonhos, para sermos melhores que nós próprios. Todos os
dias devemos competir com o nosso eu de ontem, tentarmos ser melhores, mais
humanos, mais vivos. Nas mil vidas que viveu tentou sempre fazer o que a sua
alma pedia, o que a sua alma gritava. Sem medos largou o que teve que largar,
recomeçou o que teve que recomeçar. Sempre definiu o seu amanhã, sempre definiu
a sua profissão. Lutou contra o protótipo da mulher convencional e foi diretora
de televisão numa altura em que as mulheres ainda eram vistas como domésticas. Tornou-se fotografa masculina contra os standards da sociedade. Viveu
muito e perdeu pouco. Os erros foram lições da vida que a ajudaram a chegar
onde chegou hoje.
Conquistou o
mundo, mas faltava ser conquistada. Procurou o amor, o lar que lhe trouxesse
paz interior, e lutou. Lutou muito por amor. O maior sonho, o de ser mãe, foi
lhe roubado pela natureza. O diagnóstico, pouco favorável, tirou-lhe a
esperança e deixou de sonhar em gerar uma criança. Mas o amor, o amor não se
procura... O amor encontra-se. E quando
menos esperava, encontrou a alma que lhe pertencia. Uma alma que entrou no seu
intimo e reacendeu a paixão pela cozinha. Uma alma que entrou no seu íntimo e
curou a sua dor profunda. O amor... O amor faz milagres...
Aninhada no seu
porto seguro, Paula, deixou-se adormecer. O amor faz milagres... O maior
milagre da sua vida estava a sambar no seu ventre. Viveu mil vidas em uma, fez
o que tinha que fazer, lutou o que tinha que lutar. A vida conspirou para que
nesse preciso momento estivesse exatamente onde tinha de estar: ao lado da sua
alma gémea, carregando em si, contra todas as expectativas, o milagre da vida.
Texto: Adelaide Miranda, Outubro 2017
A fotografa/blogger, Paula Bollinger, está disponível para contacto:
instagram: @paulabollinger_entrecolheradas
facebook: https://www.facebook.com/paulabollingerentrecolheradas
Blog:
www.entrecolheradas.com
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