Ai o amor... O
amor... O amor...
Deambulando a caneta pelos dedos, Vítor, procurava a palavra que mais se adequava ao sentimento que lhe assolava a alma: amor... A palavra mais simples, e inquestionavelmente mais utilizada, era insuficiente para o sentimento que transbordava a sua alma. Precisava de algo mais... Algo mais sofisticado que conseguisse transmitir, numa palavra apenas, a imensidão de um sentimento infinito, intemporal, gigante...
Deambulando a caneta pelos dedos, Vítor, procurava a palavra que mais se adequava ao sentimento que lhe assolava a alma: amor... A palavra mais simples, e inquestionavelmente mais utilizada, era insuficiente para o sentimento que transbordava a sua alma. Precisava de algo mais... Algo mais sofisticado que conseguisse transmitir, numa palavra apenas, a imensidão de um sentimento infinito, intemporal, gigante...
Alguém lhe tinha
sugerido que o nome de uma mulher poderia refletir o sentimento... Outros
sugeriram que o nome de um filho poderia refletir o sentimento... Outros ainda,
mais narcisistas, sugeriram que o seu próprio nome refletia o sentimento,
mas... Vítor amava mais que uma mulher, mais que um filho, mais que a si
próprio. Vítor amava a vida. Amava o simples respirar, amava o simples facto
que o Sol nascia e punha-se todos os dias... Amava o mar, as estrelas, as
flores, até as pedras que por vezes se colocavam no seu caminho...
Da sua janela,
observava o parque... A caneta deixou de deambular e ganhou vida. O momento de
vida que observava merecia ser eternizado. Imaginou o que pensava o idoso
sentado no parque, sorriu com as travessuras da criança que corria à volta do
idoso, que devia sem dúvida ser o avô, questionou-se sobre o motivo da
melancolia da senhora de meia idade, encostada à árvore, e aparentemente perdida
no tempo. Descreveu o que via com o sentimento que lhe tocava na alma e, como
por magia, o idoso deixou de ser um estranho e passou a um velho amigo. Releu o
texto, construído como um conto, aprimorou e limou as arestas até sentir-se
satisfeito.
Olhou para o
relógio e assustou-se com o passar do tempo. Por hábito, perdia-se na sua alma
e as horas passavam como se de segundos se tratassem. Preparou-se para ir dar
aulas. Afinal, ser professor era a constante na sua vida. Ensinar trazia-lhe de
volta ao mundo dos vivos e dava-lhe o balanço essencial para sentir-se como
parte integrante de uma sociedade que por vezes questionava. Amava o que fazia.
Amava partilhar parte da sua sabedoria, amava aprender com os seus alunos...
Para ele, ser professor significava ser também estudante. Todos os dias
ensinava algo e aprendia algo. Por ironia, sentia que aprendia mais do que
ensinava. A interação com outros seres humanos fascinava-o e carregava-o de
energia. E assim, amando o que fazia, passava o dia.
Já deitado na
cama, algo o inquietava. Levantou-se e sentou-se na escrivaninha. A caneta
dançava pelos dedos à medida que o poema se fazia. Escreveu sobre o mar,
escreveu sobre as estrelas, escreveu sobre a lua... Escreveu o que lhe escorria
da alma até esta deixar de gritar. Olhou para as suas palavras e pensou...
Amor... Ai o amor... O amor... Provavelmente, nunca iria encontrar a palavra
para definir o sentimento que mais lhe assolava a alma. Aquele sentimento
infinito, intemporal e gigante.
Por agora,
contentava-se com os pequenos pedaços de amor que registava no seu caderno, no
seu dia-a-dia. A definição de amor, por enquanto... VIDA!
O professor / poeta / escritor está disponível para contacto em:
Facebook: https://www.facebook.com/VitorMNCosteira
Texto: Adelaide Miranda, Novembro 2017
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Muitos parabéns Adelaide, adorei ler o texto e quem sabe se não seria o início para um novo livro? Fico à espera...uma vez que adoro ler o que escreve! Noite feliz! Beijinhos!
ResponderEliminarMinha querida Ana, uma excelente ideia. Vou pensar nisso com carinho! Beijinhos.
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