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domingo, 31 de julho de 2016

A alma por trás de... DJ Yellow

A alma por trás de... DJ Yellow

Atravessei o portão de embarque e olhei para trás com um certo saudosismo. Pela segunda vez trocava um país pelo outro preparado para iniciar uma nova fase da minha vida. Estava na hora de deixar Portugal… Estava na hora de deixar um passado, do qual me orgulho, para trás e recomeçar um novo caminho… Reinventar o Fábio Madureira, traçar um novo caminho, dar prioridade a mim mesmo e tornar-me no produtor que eu sei que posso ser. Estava na hora de afastar-me dos meus condicionamentos e libertar-me dos pesos que não me deixavam seguir em frente.
Se foi fácil pegar em tudo e deixar tudo para trás? Claro que não. Quanto mais analisava a minha decisão, a caminho do avião, maior se tornava o aperto no meu coração e surpreendentemente, quase contraditoriamente, maior era a certeza que este era o caminho a percorrer. As grandes decisões, aquelas que permitem pontos de viragem na nossa vida, são as que doem mais e ao mesmo tempo são as que nos permitem mover com maior determinação.
Para trás… Para trás ficou o DJ Yellow que nasceu em Benguela e aos 13 anos foi para Portugal com uma mala de sonhos. Para trás ficou o DJ Yellow que optou por viver no Algarve, sem a mãe, para se tornar independente. Para trás ficou o DJ Yellow que se tornou DJ nas noites algarvias, que superou a sua técnica a uma tenra idade e alcançou o seu próprio prestigio… Para trás... Para trás ficou o menino que se tornou homem com zouk no coração… Para trás ficou a Yellow Squad… Para trás ficou uma aventura como DJ, promotor de eventos, manager e produtor…
Em frente… Em frente está o futuro. O homem livre que, quer queiram quer não, as pessoas terão de ouvir. Em frente está um homem de ideias fixas com a liberdade de escolher com quem quer trabalhar. Um homem que preza o seu tempo e rodeia-se apenas de pessoas com o mesmo foco e a mesma vontade de trabalhar… Em frente está o homem que cumpre com a sua palavra e funciona apenas com “papo-reto”.
Assim que o avião levantou voo, libertei um suspiro tão forte que me surpreendi a mim mesmo. Senti que o medo, de que algo acontecesse e não me permitisse seguir em frente, ficou preso ao alcatrão da pista de descolagem e que nunca mais me iria alcançar. E junto com esse medo ficaram todas as incertezas e dúvidas que me tinham assolado durante algum tempo.
 A caminho da Inglaterra vai o Fábio Madureira, DJ, produtor e com um álbum para produzir. Um homem de ideias fixas e com uma mala cheia de projetos que um a um irá concretizar porque no fundo no fundo este homem sabe que todos eles dependem da sua força de vontade, da sua perseverança e esforço…

Sorri com este último pensamento… Força de vontade, perseverança e esforço são características que nunca me faltaram: “Realmente não há mesmo nada a temer”, disse para mim mesmo enquanto fechava os olhos, de coração leve, preparado para seguir um novo caminho… Um caminho que começa pela Gemini BP, uma nova família, uma nova produtora, um novo conceito, uma nova vida…



 Adelaide Miranda, Julho de 2016

Contactos oficiais DJ Yellow:





segunda-feira, 25 de julho de 2016

A alma por trás de... Silver Saga

“A alma por trás de... Silver Saga”

Um a um, os jogadores de cada equipa foram sendo escolhidos. Sílvio esfregava as mãos impacientemente enquanto as gotas de suor começavam a escorrer lentamente pela frente. A certeza de que não seria um dos escolhidos aumentava com o aumentar do número de jogadores por cada equipa. Quando os outros miúdos pegaram na bola e foram a correr para o campo de areia, Sílvio virou as costas, meteu as mãos nos bolsos e, de cabeça baixa, foi para casa resignado.
Acordou a meio da noite e sentou-se à beira da cama. O sonho que lhe levava ao passado assombrava-o sempre na véspera de uma data importante. Amanhã seria o dia da gravação do vídeo da música “Plano B” e, por mais que não fosse o primeiro vídeo, dava sempre um nervoso miudinho que trazia sempre à superfície as dores da sua infância em Angola em que, por ser uma criança ligeiramente mais privilegiada que as outras, sentia a rejeição por parte dos miúdos da sua idade. Sempre quis fazer parte de um grupo, sentir-se integrado e infelizmente devido às suas origens não o podia fazer.
Levantou-se e foi até à cozinha, abriu o frigorifico e tirou a garrafa de água. Sentou-se à mesa, no escuro, e refletiu sobre o vídeo que iria gravar no dia seguinte. Ainda não sabia onde foi buscar a coragem para gravar esta música. Uma música que lhe relembrava a dor de uma traição e a humilhação que sentiu ao descobrir que foi enganado. Como foi possível durante oito meses sentir que tinha encontrado a mulher dos seus sonhos e na realidade essa mesma mulher ser efetivamente a mulher dos sonhos de outro homem... No fim de contas afinal ele era o outro... Sentiu-se usado e enganado. Um a um os sinais que ignorou vieram-lhe à cabeça. As evidências estavam todas lá, ele é que as tinha ignorado. O amor não é cego, como se diz por aí, o amor faz-te cego isso sim.
No dia em que descobriu o que realmente se tinha passado jurou para si mesmo que nunca mais iria ignorar os sinais. Lembrou-se de outro episódio que o marcou muito: a paixão louca que sentiu durante os dois anos que esteve na China e que sempre pensou incorrespondida. Durante dois anos pensou em aproximar-se da rapariga em questão e não teve coragem. Nunca teve coragem de dar o primeiro passo, apenas para vir a saber, no último dia da sua estadia, que ela também gostava dele. A melhor escola é e sempre será a escola da vida... Estas situações iam-lhe moldando a personalidade e a forma de responder ao mundo.
Nunca desperdiçar oportunidades e nunca ignorar sinais... Duas lições que aprendeu e que nunca iria esquecer.
O telefone vibrou e recebeu uma notificação, que tinha criado há uns tempos atrás: “Inscrição na Faculdade”. Não se podia esquecer-se de ir à faculdade inscrever-se no último semestre do curso de Relações Internacionais e Ciências Políticas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Faltava pouco para terminar e devia isto aos pais. Apesar de não pensar em seguir a carreira tinha de terminar o curso, um curso que o tinha ajudado a analisar as situações de uma forma mais lógica. Depois de regressar de Luanda, em Janeiro, iria focar-se durante uns meses em terminar este curso para que depois pudesse voar. Voar e viver da música apenas e quem sabe um dia abrir uma editora de forma a dar oportunidades a jovens como ele que sonham e respiram música mas não têm meios de seguir esse sonho.
Levantou-se da mesa da cozinha e dirigiu-se para o quarto. Amanhã seria um grande dia... Mais um dia em que os sonhos se realizariam através da gravação de um vídeo clip. Por agora tinha de descansar e não podia continuar a divagar...




Um texto de Adelaide Miranda

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segunda-feira, 18 de julho de 2016

A alma por trás de... Joana Machado


A alma por trás de... Joana Machado


O salão de dança ficou vazio. Um a um, os alunos, foram-se embora e deixaram-na sozinha… A sala que há tão pouco tempo parecia pequena, especialmente com os alunos a atropelarem-se uns aos outros, transformou-se num oceano de espelhos gigantes… Um oceano que há momentos navegou como comandante e que agora a consome como uma náufraga à deriva…

Olhou para o espelho e abraçou-se em busca de um porto seguro. Ligou a música, fechou os olhos, respirou fundo, abriu novamente os olhos e dançou. Voltou às origens com um tango argentino, a sua dança de eleição antes de a Kizomba a ter escolhido, e rodopiou pela sala com um sorriso nos lábios. Entrou na personagem de dançarina e expressou-se através dos seus passos, das suas pausas, dos seus movimentos. Expressou-se como só ela sabe… Sem dar conta a força da dança apoderou-se do seu corpo e culminou com ela caída, em estilo, no chão… Com o último tocar do “tambor”, Joana, atirou-se para o chão e deixou a força da solidão apoderar-se de si. Quando acabava a música, quando acabava a dança... Era assim… Sempre assim… Quando a música acabava a solidão assolava-se dela. Precisava de se expressar, precisava da dança, era a sua gasolina, era a energia que a faz mover.

Levantou-se a custo e pensou em ir para casa. Para quê? “Mais uma dança”, pensou para si e colocou o rádio a tocar. O som da kizomba espalhou-se pelo salão… Joana deixou-se estar parada e permitiu que o ritmo se apoderasse do seu corpo antes de começar a dançar. Quando finalmente o ritmo e o bater do seu coração se tornaram num só, deixou-se levar e começou… Mexendo as ancas com a sensualidade que lhe é característica, elevando os braços e movimentando-os ao ritmo do contrabaixo, movendo as pernas para frente e para trás, para um lado e para o outro… A imagem no espelho era a de uma mulher sensual, confiante e segura de si. A imagem no espelho era a de uma mulher forte e lutadora… A imagem no espelho era a de uma dançarina profissional…

A imagem no espelho era a da Joana do mundo. A Joana professora, a Joana colega… Por outro lado, a imagem que carrega dentro de si… A imagem que carrega dentro de si é a de uma mulher frágil, solitária, que carrega uma alma antiga com mil e uma dores de outras vidas, que se consegue expressar apenas pela dança, pela tradução… Sim, em tempos tirou um curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas na Universidade Católica. Sempre sentiu a necessidade de se expressar, de juntar culturas diferentes. Outrora fê-lo através da aprendizagem de novas línguas, hoje com a dança. Tanto com a dança, como pela tradução, Joana sempre sentiu a necessidade de fundir duas culturas. A fusão é o futuro… A aproximação das culturas e o fim da diferença de valores era o futuro. Ao menos, sempre pensou assim, a fome da sua alma era esta forma de pensar, a necessidade de unir o mundo a uma só voz, a uma só dança.

Parou de dançar, exausta, guardou o rádio e colocou tudo em ordem para a primeira aula do dia seguinte. Olhou-se uma vez mais ao espelho e apagou as luzes. A caminho de casa, enquanto conduzia, assustou-se com o próprio silêncio e ligou o rádio. Cantou aos altos berros enquanto acompanhava o ritmo com os dedos a bater no volante. Chegou a casa e a sua fiel companheira esperava-a à porta. Abraçaram-se, brincaram juntas, levou-a a passear pelo quarteirão e voltaram para casa. Comeu algo às pressas e foi-se deitar. A Onô deitou-se à beira da cama e, Joana, pousou a cabeça sobre a almofada.

Sentiu um vazio tão grande... O silêncio ensurdecedor... Ninguém com quem conversar e falar sobre o seu dia... Sentia-se sozinha, mas a dança tinha-a escolhido a ela. Com a profissão que tinha era difícil manter uma relação amorosa. Quem dança tem um espírito livre e cedo quem se envolve com uma dançarina a tenta por numa gaiola. Precisava de encontrar um homem que a amasse e percebesse o seu espírito livre. Um homem que a permitisse voar... Precisava tanto de ser amada, mas precisava ainda mais de dançar. Quem sabe um dia encontraria alguém que compreendesse a sua alma e a permitisse voar ou voasse com ela. Quem sabe um dia os braços que a abraçariam não seriam apenas os de um bailarino, aluno, colega ou os dela? Quem sabe um dia encontraria alguém que iria entender que por trás da forte bailarina se encontrava a frágil Joana? Tinha de se libertar desta fragilidade, tinha de aceitar a sua solidão de uma forma tranquila e sem medo.

“Chega!”, gritou para si e com este grito libertou os seus medos. Um dia pode ser que alguém a abrace sem a necessidade de prendê-la, quem sabe? Se esse dia não chegar, que não chegue! “Sou uma alma livre, a dança representa a minha vida. Esta sou eu.” Sorriu para si mesma, e abraçou-se à almofada. A sua fiel companheira veio deitar-se ao seu lado. Pela primeira vez durante muitos anos a solidão não a assombrou durante a noite. Finalmente, libertou com aquele grito tudo que a impedia de ser feliz. Quem a ame que a ame assim: o espírito livre que dança alegremente, o pássaro que voa e que retorna sempre ao seu poiso, ao seu conforto, ao seu lar... Um dia quem sabe alguém será forte suficiente para amá-la e a deixar voar.



Adelaide Miranda, 18 de Julho 2016
 
Contactos
A professora de Kizomba está disponível para espétaculos, workshops, entrevistas, etc.
Pedro Baião da Costa (manager)

sábado, 16 de julho de 2016

A alma por trás de... Jay C


Jay C


Cinco lugares… Uma mesa à portuguesa preparada para cinco lugares… Olho para a mesa e sinto-me feliz. Já há muito tempo que não me sentia assim. Há muito tempo que não conseguia estar com as minhas princesas. Tiro o frango com batatas assadas do forno e coloco sobre a mesa. Dou uma última olhada e faço uma “check-list” mental para me certificar de que não falta nada. Dirijo-me à televisão e desligo o canal Panda. Vamos todos para a mesa e carrego a mais pequena no colo… Sento-me à cabeceira da mesa, com a mais nova do meu lado, e sinto-me um pai babado. Abençoado por estes presentes que Deus me deu…
Gostaria de passar mais tempo com elas, gostaria de abraçá-las sempre que me apetece, mas não posso. O meu sonho escolheu-me desde que eu nasci e desde que eu me conheço como pessoa que o sigo. Desde pequeno que a minha paixão pela música, ou melhor, a paixão da música por mim, sempre levou a melhor. Estar no palco, é parte de mim. Seguia o meu pai para todo o lado, ele actuava em bandas, e sempre soube que ali era o meu lugar. No palco…
O meu pai… Sempre me apoiou. Foi o meu maior apoio, o meu grande seguidor. Incentivou-me desde pequeno e chegou até a inscrever-me num programa de televisão, Os Principais, quando tinha 11 anos. O que eu senti quando ganhei o concurso deu-me ainda mais a certeza de que esse era o caminho certo para mim. O meu pai… aprendi com ele a ser o pai que sou, e quero estar do lado das minhas filhas da mesma forma que ele esteve do meu… Olho para elas uma vez mais e sinto um aperto no peito… Quero muito ser um bom pai. Por elas não posso desistir dos meus sonhos, por elas tenho de continuar a lutar para ser o Jay C. Por elas… Que lição lhes estaria a ensinar se desistisse de um sonho que me escolheu a mim há tantos anos atrás?
Por elas tenho de continuar… Houve uma altura na minha vida em que tive que optar. Para além de ter a paixão pela música tinha também uma paixão pelo futebol. Cheguei a ser federado no Alcochetense mas optei pela música. Nessa altura o meu pai não concordou com a minha decisão e começamos a chocar. Fico feliz de não ter desistido, de ter mostrado ao meu pai que sou feito da mesma fibra lutadora que ele e sei que hoje ele está orgulhoso de mim. E quero que as minhas filhas saibam disso, quero ensinar-lhes a seguir em frente, a nunca desistirem dos seus sonhos.
As meninas conversam animadamente e, uma vez mais, sinto-me ligeiramente sozinho. Falta uma peça neste quadro. Falta uma mulher do meu lado. Sempre fui um eterno apaixonado, romântico, e sempre me orgulhei de fazer gestos bonitos pelas mães das minhas filhas. Já quando era miúdo pegava na guitarra e cantava serenatas às meninas. Até cheguei a faltar às aulas para estar com elas a tocar guitarra. Um eterno rebelde e um eterno romântico. A solidão hoje assola-me em momentos como este, momentos em que estou com as minhas meninas e sinto-me em família. Contudo, quem segue os seus sonhos cedo aprende que há sacrifícios a fazer… Cedo entende que nem sempre quem está ao nosso lado entende a necessidade de continuar o nosso caminho mesmo quando este parece mais íngreme e difícil. Nunca consegui desistir de seguir o sonho que me escolheu e quem esteve do meu lado não compreendeu ou não se identificou com o caminho que decidi seguir. Sacrifícios…
Acabamos o jantar e uma a uma as meninas retornam para as suas mães. 
Novamente sozinho… Dou um jeito à cozinha e fecho-me no quarto, transformado em estúdio, a trabalhar. O álbum “Finalmente” está nas lojas e a ser divulgado como sempre sonhei mas a luta continua. Lançar este álbum sempre foi o meu maior desafio mas acredito que é apenas o início. Um álbum que é o culminar de anos de trabalho constante… Finalmente… "Finalmente" está cá fora mas há que continuar. A necessidade de seguir este caminho longo, que tenho à minha frente, dá-me a energia para continuar. O próximo álbum terá de ser um pouco mais de mim, virado para o estilo que mais me identifica, Soul e R&B, com a maioria das músicas produzidas por mim. Para a frente é o caminho… A noite já vai avançada e sinto o cansaço a apoderar-se de mim. Deito-me na cama e fecho os olhos… Assobio e vem-me um novo som à cabeça. Levanto-me a correr e faço uma pequena gravação para não esquecer a ideia. Volto a deitar-me e desta vez adormeço que nem uma pedra. Amanhã é outro dia e para a frente é o caminho… Para a frente é o caminho…


Adelaide Miranda, Julho de 2016

Contatos
O cantor está disponível para espetáculos, entrevistas, etc.


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VAI DAR BUM COM QUASE 500.000 VIEWS YOUTUBE
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https://www.facebook.com/OHtv.pt/videos/958956964153251/

Apresentação de "Contos de Alma"

Olá,
o meu nome é Adelaide Miranda. O que eu sou? Já não sei. Não tenho profissão que me defina... Uma amante da criatividade e uma viciada em desafios. Engenheira de profissão, escritora nas horas vagas, amante de propriedades e sócia de uma empresa do ramo imobiliário, "entertainer", animadora de eventos e há quem diga "manager" de artistas nas horas ainda mais vagas. O meu cérebro não pára. Não consegue parar e em vez de lutar contra ele decidi abraçar a sua vivacidade e acompanhá-lo. Quando ele quiser desligar, ele desliga e, eu desligo com ele. Por vezes caio na cama como que desmaiada... Não me considero uma "persona" normal. Sou como sou... Meio louca mas é esta loucura que me define e me permite seguir em frente...
Este blog é o responder a um "chamado", a um grito do meu cérebro: Cria! Faz algo diferente! Fala de gentes reais! Conta histórias reais...
Neste blog, apresento-vos a escritora "Adelaide Miranda". Assim irei assinar os meus textos, porque assim me identifico...
Aqui neste pequeno blog, que ainda tenho muito que desbravar em relação ao seu layout e funcionamento, irei deixar pequenas histórias de vida. Histórias de artistas, de escritores, de engenheiros, de cozinheiros, empregadas domésticas... Histórias de pessoas do mundo. Pequenas entrevistas efectuadas por mim e transformadas em pequenas histórias. Estou cansada de ver entrevistas com perguntas e respostas. Quero dar a conhecer ao mundo a alma por trás das pessoas que o formam, da melhor forma que o sei fazer... Contando histórias... Pequenas histórias... Pequenos contos... Contos com alma e veracidade...
Acompanhem-me e sigam esta série de "Contos de Alma".
Quem quiser a sua história contada, a sua alma "a nú", que me envie mensagem privada na minha página do facebook ou através do email: info@hotmail.com. Conto histórias de quem quiser se dar a conhecer.
Histórias reais de cidadãos do mundo... ou do Universo... Não descrimino ninguém...
E chega de conversa... Vamos a histórias... Vamos a contos... Vamos a "almas"...
Até já

Adelaide Miranda
(escritora)

A alma por trás de... WilsonP


WilsonP – Sem Filtros

   “Mais uma etapa alcançada”, pensou para si. Fez uma última revisão às respostas e decidiu entregar a prova. O curso de arquitetura, na Universidade Lusíada, estava a dar um pouco mais de trabalho do que tinha pensado, mas tinha chegado a hora de levar isto mais a sério e terminar.
   Distraído, quase perdeu o autocarro que lhe iria levar à FNAC.
“Ufa, foi por pouco.”, sentou-se na parte de trás do autocarro e suspirou. Abriu a mochila e verificou se trazia consigo o microfone e o laptop. Não se podia atrasar e ainda tinha de preparar o “show-case”.
   Ultimamente era assim... De um lado para o outro entre a Universidade, a FNAC e os clubes/bares. Arquitetura e música. Uma luta constante... Uma luta que poucos sabem o quanto custa. Só os que vivem na roda viva em busca dos seus sonhos e do que realmente os faz feliz sabe o quanto custa.
   A luta, como ele mesmo dizia, já tinha começado há muitos anos atrás. A luta começou quando um jovem multifacetado e rebelde decidiu, contra tudo e contra todos, seguir a carreira musical.
Descendente de uma família Angolana, que sempre prezou a educação superior em primeiro lugar e como a única fonte de rendimento, foi chamado de rebelde e apelidado de barulhento. Barulhento, sim, porque fazia “barulhos” com a boca. Barulhos, esses, que o tornaram no pioneiro da arte “Beatbox” em Portugal e Angola. Lembra-se bem de quando formou o grupo KGB e posteriormente uniu-se ao Sp formando o grupo Sp e Wilson. Remando contra a família, Wilson, seguiu o seu sonho, e junto com Sp, tornou-se uma referência no panorama musical de expressão de Língua Portuguesa, pisando palcos como o do Rock in Rio e Sudoeste, chegando nomeados para os prémios MTV Portugal. Makongo foi o passo seguinte, onde Sp e Wilson uniram-se a Petty, com o lançamento do álbum “Angolan Kung Fu”.
   “Sinto saudades dos meus amigos, mas sinto que agora sim estou a seguir o meu caminho”, desabafou ao sair do autocarro, na estação do Oriente.
   Um novo homem e mais maduro, WilsonP, nome que adotou quando decidiu seguir a carreira a solo, caminhava em direção à FNAC para promover o seu álbum previsto para outubro. Apostando no seu estilo irreverente, decidiu soltar-se de vez e fazer a música que o faz vibrar.
   Parado por uma fã, que o reconheceu, à porta do Centro Comercial Vasco da Gama, WilsonP sorridente tira uma foto e dá um autógrafo.
   “Wilson, ouvi dizer que vais lançar um álbum a solo em outubro”, perguntou a fã.
   “Andas bem informada. Sem Filtros, fica atenta.”
   “Sem Filtros? Porquê esse nome, Wilson?”
   “Este álbum vai ser a minha essência, o todo de mim. Como sou, como sempre quis ser. Este álbum terá vários temas originais, 16 ao todo, com vários registos mostrando a minha versatilidade. Hip Hop, Zouk, Rap, Afro House, Reggae e Kizomba. Todos os sons que fazem parte da minha identidade.”
   “Estou ansiosa, Wilson. Obrigada.”
   “WilsonP, lembra-te, agora sou WilsonP”.
   Despediu-se da fã e seguiu ainda mais confiante em direção à FNAC. Estava ansioso por pegar no microfone e colocar a malta a vibrar. Esquecer os seus medos, soltar-se e voar. Deixar a música fluir, uma alma simples, como diria, Sem Filtros.


Um texto de Adelaide Miranda



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Conheça mais de WilsonP nas redes sociais:
Instagram: @wilsonp.oficial

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